Conversa



Certo..depois de uma longa conversa que eu tive com o Bruno hoje por eme esse ene, eu entendi certas coisas, e outras só me ficaram mais complicadas.
Quanto ao ponto de eu estar cansada da escola, isso eu percebi que é natural, porque a escola é um dos lugares mais fortes na adolescência, ao lado da sua família, e esse fator muda nosso jeito de pensar. O que não deveria ter tal influencia, porque essa escola não valoriza nenhum pouco a capacidade de pensar dos alunos. Como até minha professora de filosofia disse, eles estão ensinando pensamentos, e não ensinando a pensar. Foi o que eu sempre disse quando falava que o Lycée não cria futuros adultos, mas eternas crianças (no sentido pejorativo).
Se aquele lugar me faz triste e sem créditos, simples, eu o freqüento sem compromisso. Compromisso eu digo, dar valor. Continuo fazendo minhas lições, estudando, participando. Mas não vou ficar em dúvida. Por exemplo. Ensaio final pruma apresentação do coral ou aula no sábado PRO BAC. Eu vou pro ensaio. Eu estudo por conta própria desda 3ª série, não vai ser muito diferente agora. Eu estudei sozinha pro Brevet. Claro que são provas totalmente diferentes, mas a indepedência também é diferente. Não vou valorizar professores que me extressam e exigem um trabalho de qualidade mestre, sendo que sou apenar uma Junior (em inglês). Não vou valorizar colegas de classe que dizem besteiras e causam por falta de atenção, por carência, e que têm crises existenciais. Eu não encontro nenhum pouco de amor no coração dessas pessoas. Só tragédia e tédio.

Quanto à minha carreira profissional. Talvez realmente música não seja minha vocação. Ou seja, mas eu tô tão em dúvida que ela se ofuscou. Porque a música não mexe mais comigo do mesmo jeito que mexia quando eu estudava piano. Talvez violão não seja minha praia. Ou a música seja mais uma arte paralela à minha verdadeira vocação, assim como ela é pro Bruno.
Antes, quando eu estudava piano, eu realmente pegava a partitura e treinava em casa, tinha algo consistente e um sentimento de aprendizado progressivo. Agora que não é mais assim, que violão é mais livre e exige muito mais personalidade, sinto que não tenho nenhuma base. É um sentimento de estar ali sem saber o que está fazendo. Não papagaio, só perdido. É difícil se sentir 'no seu tempo', porque muitos músicos viraram famosos logo cedo, com 17-19 anos já engrenavam na carreira. Enquanto eu, com 19 anos, vou ter acabado de ter o BAC. (Isso só me remete à Madonna. Que terminou os estudos, saiu da cidade pra ser bailarina e virou música. Quem sabe meu caso não é algo parecido, ou até o contrário? Minha mãe disse que eu poderia ser uma das dançarinas da Nelly Furtado -- elas dançam super bem -- não teria porque eu negar essa oportunidade).
Mas é horrível vc perder uma certeza que há anos vivia com você. Desde os 12 estudo música, desde os 14-15 queria ser música. E agora nem sei mais se posso ser considerada estudante, ou apenas uma amadora. Porque eu tento estudar, mas é muito difícil,eu não tenho saco para tirar de ouvido, não tenho essa capacidade, e tocar guitarra ainda me dói. Vão falar que é bichice, mas se realmente fosse, não existiriam os calos nos dedos. E eu querer mudar essa idéia de que mulher não pode ser guitarrista está fora de história. Eu cansei de mostrar a verdade pros outros.
Talvez se violão tivesse sido minha base, se tivesse um 'quê' concreto, talvez eu me interessasse mais, fosse mais atrás, não sei. Eu ouço música o dia inteiro, todos os dias (menos quando tô em aula), e agora ela é mais um apetrecho que eu uso quando quero do que um produto de trabalho. Segundo a Marisa Monte, há dois grandes meios de um músico sobreviver: seus shows e seus cd's. Nesse momento, não vejo futuro promissor em nenhum. Ainda que a indústria do disco está em queda por causa dos downloads piratas, e eu vou começar a ser contra isso, ou não, tanto faz, eu sempre ouço música no Youtube mesmo, que é menos pirata que Limewire ou Emule.


Mas agora mesmo. É antiga frase do Calvin. Sentar e esperar.





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